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CRÓNICAS E ENTREVISTAS
E QUANDO JOVENS DE DIFERENTES NACIONALIDADES SE JUNTAM, ISSO É...
Publicado em: 21/10/2025
Quando somos expostos à diferença, percebemos rapidamente que a essência humana é a mesma, que a raça, a cor, os costumes, não passam de formas culturais de exprimir a mesma humanidade.
Querida Mãe,
Quando tinha 15 anos, sentei-me ao lado de uma das minhas melhores amigas frente a um computador, para vermos os resultados da candidatura dela ao United World College. Passados uns meses, vi-me num autocarro a chegar ao País de Gales — a um castelo antigo do género de Hogwarts — para a visitar, lembra-se? Ela diz que os dois anos em que ali estudou lhe mudaram a vida, e eu fiquei para sempre fascinada com este movimento que surgiu nos anos sessenta com o pedagogo Kurt Hahn, inspirado pela cooperação e solidariedade que encontrou num encontro na NATO entre militares que anos antes combatiam em lados opostos na II Guerra Mundial.
Hahn ficou plenamente convencido de que se juntasse jovens de diferentes nacionalidades, culturas, religiões e contextos económicos numa mesma escola, dando-lhes a oportunidade de se conhecerem e superarem preconceitos, seria possível criar uma geração mais solidária e promotora da paz no mundo. Acreditava no poder da Educação, mas, também, no impacto de partilharem uma vida comunitária, de criarem laços de verdadeira amizade, e deitou mãos à obra. Os colégios foram-se multiplicando em vários locais do mundo, mantendo os mesmos valores e procurando sempre incentivar o pensamento crítico, a empatia, a determinação e a cooperação. Hoje já são dezoito, e o UWC orgulha-se já ter acolhido 85,000 alunos de 180 países.
Agora, mãe, se for abrir um motor de busca na internet e procurar por alguns destes colégios, deparando-se com as imagens incríveis como as do Adriatic College, que se situa numa vila italiana numa escarpa sobre o mar, vir o da Costa Rica, embrenhado na selva, ou o da China, com um aspeto incrível e todas as condições, vai ter muita dificuldade em acreditar no que lhe vou dizer, mas juro que é verdade. Todos os alunos que tiverem entre os 15 e os 19 anos, independentemente do contexto económico, podem candidatar-se e, caso passem na seleção, podem contar com bolsas parciais ou completas, para que ninguém deixe de poder entrar por falta de meios.
As candidaturas estão a decorrer até dia 1 de Novembro e apesar de já não faltar muito tempo, espero que esta Birra chegue a alguém que se queira lançar nesta aventura. O processo começa por um inquérito online, onde além de informações básicas como notas do ano anterior, procuram conhecer melhor o candidato, e pedem também, por exemplo, cartas de recomendação de um professor especial, de um treinador desportivo, de uma organização onde se faça voluntariado, etc. Caso se passe à segunda fase, há um fim de semana de atividades online para ficarem a conhecer melhor os candidatos e, depois, uma fase de entrevistas. Mas a informação está toda bem explicada em https://pt.uwc.org/candidaturas/
Juro que se tivesse idade candidatava-me!
***
Querida Ana,
Que oportunidade extraordinária, e muda de certezinha a cabeça das pessoas para sempre.
Quando somos expostos à diferença, percebemos rapidamente que a essência humana é a mesma, que a raça, a cor, os costumes não passam de formas culturais de exprimir a mesma humanidade, e isso faz a diferença toda.
Num tempo de nacionalismos e regionalismos, de polarização, fações e bandos, escondidos por detrás de uma realidade virtual, o projeto do UWC é mais importante do que nunca. Também me candidatava!
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